Nem a chuva fina que caiu em Londres no final da tarde da quarta-feira, 26 de março, desanimou os milhares de torcedores brasileiros que seguiram para o estádio Emirates do Arsenal, em Highbury Hill. Porém não havia apenas conterrâneos presentes, de todos os cantos do mundo, chineses, russos, latinos, africanos e ingleses, claro, apareceram para prestigiar a seleção brasileira. Apesar da carência de gols, o Brasil não decepcionou, vencendo por 1 a 0.
A instituição que comemorou antecipadamente foi a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que, em dia de amistoso internacional, com data estabelecida pela Fifa, recebeu US$ 1,5 milhão líquidos, pelo amistoso.
Richarlyson comentou, no final do jogo, que a marcação forte da Suécia segurou as entradas dos laterais e ataque. “Eles jogam em duas linhas de quatro homens, complicando pra gente que trabalha na lateral conseguir entrar, pois com esse tipo de tática tem mais um homem após passarmos pelo primeiro”, considerou.
O jogo marcado para celebrar os 50 anos da vitória brasileira da copa de 1958, na Suécia, começou as 19h45, horário de Londres. O técnico Dunga iniciou com os jogadores Júlio César no gol, Daniel Alves lateral direito, Lúcio zagueiro central (capitão), Alex Costa quarto zagueiro, Josué cabeça de área, Richarlyson lateral esquerda, Júlio Baptista meia direita, Gilberto Silva cabeça de área esquerda, Luís Fabiano ataque, Diego meia esquerda e Robinho ataque. A arbitragem foi formada pelos ingleses Mike Riley, como árbitro principal, Peter Kirkup e Philip Sharp, como assistentes de arbitragem.
Lúcio deu um olé bonito aos sete minutos, seguido pela primeira entrada perigosa de Robinho, à direita do goleiro sueco. O que fez a torcida bradar no estádio: Brasil, Brasil!
Aos dez minutos a Suécia chegou até o goleiro Julio César, porém sem perigo.
Aos 15 minutos, Robinho bateu na trave, mas o lance já estava interrompido pelo juiz. Na seqüência, uma cobrança de falta na entrada da área, batida por Daniel Alves pára na barreira sueca.
Aos 20 minutos, Richarlyson bateu outra falta na entrada da área, e, no lance seguinte, Diego chutou na rede pelo lado de fora. Pouco depois, foi a vez dos suecos de buscar a rede com um chute rasteiro que passou em frente do goleiro Júlio César.
Depois de uma falta mal cobrada, o sueco camisa 10, Markus Rosenberg, correu com a bola até a área brasileira, mas o resultado foi um chute para fora.
A resposta veio numa corrida intempestiva, pelo meio de campo, de Robinho. O goleiro acabou ficando com a bola em cobrança lateral.
Julio César defendeu um ataque perigoso entre dois suecos e um zagueiro, aos 28 minutos.
Diego chutou de fora da área, aos 32 minutos, animando novamente a torcida de mais de seis mil pessoas, que estava silenciosa nos últimos minutos.
Richarlyson marcando uma falta por trás, deu oportunidade do camisa 2 sueco, Fredrik Stoor, de cobrança, enfiar a bola na área.
Numa terceira tentativa de chute de fora da área, Diego continuou acertando o lado direito do gol sueco.
Mas, com pouco mais de dez minutos para encerrar o primeiro tempo, uma falta cobrada pelos suecos cobre o gol de Julio César. Em outra cobrança de falta, com seis minutos para acabar o primeiro tempo, a bola lateral sueca cruzou a área, sem ninguém para receber.
Antes do juiz apitar, Luis Fabiano ainda tentou um chute com força, mas a bola acabou nas mãos do goleiro sueco.
Robinho e Diego pressionaram pela direita, Richarlyson chutou para a bola entrar na área pela esquerda, mas o primeiro tempo acabou empatado, no zero a zero.
O segundo tempo começou com a Suécia pressionando mais que a seleção canarinha. Com menos de cinco minutos, o camisa 7, Sebastian Larsson, bateu um lateral com efeito defendido por Julio César.
Numa jogada de ataque na seleção sueca, Richarlyson salvou na linha do gol, aos nove minutos do segundo tempo.
Robinho chega à área sueca logo em seguida, mas não há desenvolvimento da jogada. Neste momento, a torcida começou a berrar o nome do jogador Alexadre Pato.
Aos 12 min, Suécia faz as primeiras alterações. Na equipe brasileira, o técnico Dunga coloca Anderson, camisa 19, e Alexandre Pato, 21, passados 15 minutos, com uma salva de palmas e gritaria da torcida, saindo Luis Fabiano e Júlio Baptista. Minutos depois saiu Josué e entrou Hernanes.
Aos 20 minutos, Diego faz uma entrada rápida e com vontade na área, mas acaba no chão antes de chutar, já com pouco ângulo. Na seqüência, Hernanes chuta por cima do gol.
Dunga tira Diego para a colcocar o Tiago Neves.
Aos 25 minutos, Anderson driblou a zaga adversária e enfiou para Thiago, mas sem muita chance de fazer o gol.
Robinho leva a bola num zigue-zague, numa jogada o outro atacante, mas a bola termina nas mãos do goleiro sueco. Um fato curioso sobre a partida, sempre que o jogador Anderson tocou na bola, foi vaiado pela torcida. O motivo: a rivalidade dos times ingleses Manchester e Arsenal; estádio do Arsenal e Anderson é jogador do Manchester.
Finalmente, Alexandre Pato faz a torcida vibrar com o gol que veio do passe de Richarlyson. Um belo lance que o goleiro Rami Shaaban assume o erro. “Eu não escorreguei, eu tentei voltar pro lance, mas infelizmente o Alexandre Pato aproveitou bem a situação marcando o gol”, admitiu o sueco, depois do jogo.
Ainda nos último minutos a seleção sueca tentou pressionar para chegar ao empate. Num troca-troca sem fim, Dunga experimenta Rafinha no lugar de Daniel Alves.
Em resposta ao gol, Júlio Cezar teve que se contorcer para defender uma cabeçada do atacante camisa 10. Seguido por uma enfiada de calcanhar do camisa 10 sueco para o camisa 21, que perdeu a bola na lateral do gol brasileiro.
Passes recuados até Julio César começaram a aparecer aos 15 minutos finais. Mas a torcida queria mais jogo e ainda gritava para animar os jogadores.
Lúcio perdeu a bola numa jogada de ataque, com menos de dez minutos, para encerrar a partida. O que empolga os suecos a bater forte em Julio César, salvando antes do gol novamente.
Cruzamentos e inversões tomam conta do gramado. O Brasil bateu falta de fora da área, sem chegar perto do gol. Num contra-ataque rápido os suecos fizeram a torcida berrar novamente.
Menos de cinco minutos, Lúcio vai ao chão perto do gol sueco. O camisa 6, Kim Kallstrom, bateu escanteio, mas a bola foi afastada pelos brasileiros. O camisa 15, Niclas Alexanderson, tentou uma enfiada pela direita do gol brasileiro, mas sem muito efeito.
Mais um lateral pela esquerda, a favor da Suécia, defendido por Julio César.
A partida foi encerrada sob forte chuva – para os padrões climáticos londrino – e, talvez, tenha sido uma das razões da falta de gols de um jogo amistoso que festejou a copa de 1958 vencida por Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo e Bellini.
Mas estes formaram outra seleção, em outros tempos…