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Adeus, Pequim; bem-vinda, Londres

 

Estrelas do pop, atletas do time da Grã-Bretanha e convidados, policiais, árbitros e mais de 40 mil pessoas reuniram-se no último domingo, 24, em frente ao Palácio de Buckingham, no centro da capital inglesa, para iniciar a contagem regressiva para as Olimpíadas de Londres, marcada para 2012. Cantando “We are the champions”, os organizadores da festa esperaram passar a idéia de felicidade e diversão para os próximos Jogos Olímpicos.

Um grande palco foi erguido em frente à morada da família real inglesa e, enquanto a música tocava, os mestres de cerimônias convidavam os policiais fardados a entrarem na festa, uma cena difícil de imaginar em Pequim. Uma infinidade de bandeirinhas com o logo das Olimpíadas 2012 eram agitadas durante as apresentações e quando entradas nos telões, diretamente do outro lado do mundo e outras localidades no Reino Unido, aconteciam. Além de Londres, cerimônias e festas marcaram a transmissão da sede olímpica de Pequim para a capital inglesa, em 20 localidades do Reino Unido.

Enquanto isso, em Pequim, outros britânicos ilustres, como o prefeito Boris Johnson, o jogador de futebol David Beckham, o guitarrista Jimmy Page e a cantora Leona Lewis, participaram da cerimônia de encerramento da edição chinesa nos jogos. Os londrinos que acompanharam a cerimônia chinesa mostraram-se mais entusiasmados com a presença de Beckham do que com a do prefeito da cidade, que estava no encerramento para receber a tão aguardada bandeira com os aros olímpicos.

A rainha Elizabeth II felicitou a delegação britânica que esteve em Pequim por uma “competição memorável”, a melhor em cem anos. “A todos os participantes, e a todos os que os apoiaram tão bem, envio minhas mais calorosas felicitações. Como nação, agora voltamos nossas atenções para a realização dos Jogos Olímpicos de Londres”, disse a chefe de Estado em sua mensagem oficial.

“O movimento olímpico serve para fazer o mundo ficar junto”, afirmou Michael Phelps, que compareceu no show londrino. Os organizadores de Londres-2012 sabem que não conseguirão fazer os Jogos nas proporções de Pequim, já que o investimento feito será menos que a metade do que foi gasto na cidade chinesa.

Mas nada desanima os ingleses nesta nova empreitada. “Esse dia marca o começo de nossa jornada de quatro anos para sediar uma grande Olimpíada em uma grande cidade”, disse o presidente do Comitê Olímpico de Londres, o ex-atleta Sebastian Coe. “Os olhos do mundo se voltarão para Londres nesse dia em que Pequim se despedirá e nós estaremos prontos para receber o mundo”.

O evento terminou com o vôo dos famosos aviões Red Arrows, considerados embaixadores da Força Aérea Real (RAF) e do Reino Unido em espetáculos aéreos. As cores da bandeira inglesa coloriram o céu no final da tarde de domingo.

Craque brasileiro de 11 anos causa polêmica em futebol inglês

arquivo pessoal

O clube de futebol inglês Tottenham Hotspurs FC pretende faturar em cima da transferência para outro clube do garoto brasileiro Gabriel Morais de Almeida, de 11 anos. Valores não são mencionados, pois não é permitido a “venda” de jogadores nessa idade. Mas a carta enviada ao pai do garoto, Marcelo Almeida, assinada pelo secretário-geral da Premier League, Mike Foster, diz que “o clube está preparado para liberar o registro do Gabriel mas eles pretendem manter a possibilidade de reivindicar uma compensação no caso do Gabriel vir a jogar em nome de outro clube” (tradução livre). Isto quer dizer que o menino pode treinar em qualquer time, mas não pode jogar por outro clube sem antes ter a autorização do Tottenham.

Desde dezembro do ano passado, quando começou o impasse entre a família e o clube, Gabriel não estava mais treinando em nenhum time. Há duas semanas, com essa liberação para treinar em outro time, Gabriel está participando dos treinos do clube Arsenal, também de Londres. O antigo treinador do menino, o italiano Dan Miciche, compara Gabriel a craques como Maradona, Zidane , Pyrllo e Kaka .

Procurado para falar sobre a situação, um representando do Tottenham, através da assessoria de imprensa do clube, confirmou a informação dizendo que “Gabriel é um jogador muito talentoso e é nosso membro há dois anos. Sua família pediu autorização para conversar com outros clubes. O Tottenham julga cada caso individualmente, assim, estamos contentes que o Gabriel converse com outros clubes”.

O descontentamento da família é em função do Tottenham ainda manter o “passe” do Gabriel, pois caso a compensação não seja negociada, ele não pode jogar por nenhum outro time até que alcance a idade de 16 anos para se profissionalizar. E, caso o time acorde a “compensação” com o Arsenal, a família não é consultada, nem recompensada e nenhum documento é divulgado sobre isso.

Estranhamente, Foster recomendou a família a conversar com o gerente financeiro da Associação Profissional de Jogadores de Futebol (Professional Footballers Association – PFA), John Cusack, que tentou arranjar uma solução provisória entre o diretor da academia do Tottenham, John McDermott, e a família de Gabriel. O fato provoca estranhamento, pois esse departamento só trata de jogadores profissionais, causando dúvidas e levantando polêmica quando tratamos de um menino de 11 anos. E a PFA não pode, legalmente, interferir de nenhuma maneira em negociações de jogadores que não sejam profissionais.

O clube declara que “o pagamento da compensação é uma prática reconhecida dos clubes para compensar, com uma pequena quantidade, o treinamento e o desenvolvimento de seus jogadores jovens quando estes trocam de time. A quantidade exata desta compensação não será divulgada”.

Procurado para falar sobre o desenvolvimento da situação, Cusack não quis explicar mais detalhes sobre o arranjo entre os clubes. “Para mim a situação está resolvida. O Gabriel está feliz por poder voltar a jogar”, disse.

A família admite que um documento foi assinado na época em que Gabriel começou a jogar no Tottenham, em agosto de 2006, mas, de acordo com o pai Marcelo, o clube se recusa a entregar-lhe uma cópia. Supostamente, este documento asseguraria o direito do clube para pedir esta compensação.

Brasil

Apesar da situação complicada na Inglaterra, Gabriel Almeida tem o passe livre no Brasil e em qualquer outro país do mundo. O empresário brasileiro George Hato, agente da FIFA, está negociando com dois grandes clubes para trazer o menino de volta ao país.

Histórico

Nascido em 3 de setembro de 1996, na cidade de Santos, São Paulo, Gabriel Almeida começou a jogar futebol e participar de campeonatos muito cedo. Cidadão português e residente em Lisboa – pois seus pais mudaram para o país em função de suas carreiras na época –, Gabriel acabou provocando a vinda da família para Londres em 2005.

Quando ainda jogava no clube Sporting de Lisboa, um empresário inglês (olheiro) reconheceu no garoto uma promessa de futuro craque no futebol. Este empresário que fez o contato com o Tottenham Hotspurs FC e, desde então, Gabriel tornou-se membro e treinava, participando de jogos pelo clube.

Gabriel é um aluno aplicado, destaque da turma e sua matéria preferida é Matemática. Ele cursa o sétimo ano na escola Limes Farm Junior School, em Londres, equivalente a sexta série no Brasil.

Currículo

Em 2003, foi Campeão Distrital de Lisboa e Campeão do Torneio Estoril, pelo clube Sporting Lisboa, escolhido como melhor jogador na categoria de oito anos – ele tinha seis anos e meio na época.

Em 2004, Campeão Distrital de Lisboa e Campeão do Torneio Marinha Grande, também pelo Sporting Lisboa, mais uma vez melhor jogador categoria de nove anos.

Em 2005, Campeão Distrital de Lisboa e Vice-campeão pelo Torneio da TAP.

No final de 2005, foi transferido para Tottenham Hotspurs, em Londres, Inglaterra, onde não há campeonatos para esta idade. Foi escolhido, pelos treinadores, o melhor jogador na categoria de nove anos e, no ano seguinte, dos dez anos.

No ano passado, além de melhor jogador na categoria dos 11 anos, também foi escolhido como melhor jogador batedor de faltas.

Em 25 de setembro de 2007, foi selecionado pela UEFA e pelo Tottenham como melhor na sua categoria para demonstração de dribles e habilidade para os melhores treinadores europeus no estádio de Wembley, Londres. Participaram do evento 28 jogadores de toda Europa e Gabriel foi considerado o melhor jogador da categoria de 11 anos na ocasião.

Brasil vence Suécia por um a zero em amistoso festivo em Londres

Nem a chuva fina que caiu em Londres no final da tarde da quarta-feira, 26 de março, desanimou os milhares de torcedores brasileiros que seguiram para o estádio Emirates do Arsenal, em Highbury Hill. Porém não havia apenas conterrâneos presentes, de todos os cantos do mundo, chineses, russos, latinos, africanos e ingleses, claro, apareceram para prestigiar a seleção brasileira. Apesar da carência de gols, o Brasil não decepcionou, vencendo por 1 a 0.

A instituição que comemorou antecipadamente foi a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que, em dia de amistoso internacional, com data estabelecida pela Fifa, recebeu US$ 1,5 milhão líquidos, pelo amistoso.

Richarlyson comentou, no final do jogo, que a marcação forte da Suécia segurou as entradas dos laterais e ataque. “Eles jogam em duas linhas de quatro homens, complicando pra gente que trabalha na lateral conseguir entrar, pois com esse tipo de tática tem mais um homem após passarmos pelo primeiro”, considerou.

O jogo marcado para celebrar os 50 anos da vitória brasileira da copa de 1958, na Suécia, começou as 19h45, horário de Londres. O técnico Dunga iniciou com os jogadores Júlio César no gol, Daniel Alves lateral direito, Lúcio zagueiro central (capitão), Alex Costa quarto zagueiro, Josué cabeça de área, Richarlyson lateral esquerda, Júlio Baptista meia direita, Gilberto Silva cabeça de área esquerda, Luís Fabiano ataque, Diego meia esquerda e Robinho ataque. A arbitragem foi formada pelos ingleses Mike Riley, como árbitro principal, Peter Kirkup e Philip Sharp, como assistentes de arbitragem.

Lúcio deu um olé bonito aos sete minutos, seguido pela primeira entrada perigosa de Robinho, à direita do goleiro sueco. O que fez a torcida bradar no estádio: Brasil, Brasil!

Aos dez minutos a Suécia chegou até o goleiro Julio César, porém sem perigo.

Aos 15 minutos, Robinho bateu na trave, mas o lance já estava interrompido pelo juiz. Na seqüência, uma cobrança de falta na entrada da área, batida por Daniel Alves pára na barreira sueca.

Aos 20 minutos, Richarlyson bateu outra falta na entrada da área, e, no lance seguinte, Diego chutou na rede pelo lado de fora. Pouco depois, foi a vez dos suecos de buscar a rede com um chute rasteiro que passou em frente do goleiro Júlio César.

Depois de uma falta mal cobrada, o sueco camisa 10, Markus Rosenberg, correu com a bola até a área brasileira, mas o resultado foi um chute para fora.

A resposta veio numa corrida intempestiva, pelo meio de campo, de Robinho. O goleiro acabou ficando com a bola em cobrança lateral.

Julio César defendeu um ataque perigoso entre dois suecos e um zagueiro, aos 28 minutos.

Diego chutou de fora da área, aos 32 minutos, animando novamente a torcida de mais de seis mil pessoas, que estava silenciosa nos últimos minutos.

Richarlyson marcando uma falta por trás, deu oportunidade do camisa 2 sueco, Fredrik Stoor, de cobrança, enfiar a bola na área.

Numa terceira tentativa de chute de fora da área, Diego continuou acertando o lado direito do gol sueco.

Mas, com pouco mais de dez minutos para encerrar o primeiro tempo, uma falta cobrada pelos suecos cobre o gol de Julio César. Em outra cobrança de falta, com seis minutos para acabar o primeiro tempo, a bola lateral sueca cruzou a área, sem ninguém para receber.

Antes do juiz apitar, Luis Fabiano ainda tentou um chute com força, mas a bola acabou nas mãos do goleiro sueco.

Robinho e Diego pressionaram pela direita, Richarlyson chutou para a bola entrar na área pela esquerda, mas o primeiro tempo acabou empatado, no zero a zero.

O segundo tempo começou com a Suécia pressionando mais que a seleção canarinha. Com menos de cinco minutos, o camisa 7, Sebastian Larsson, bateu um lateral com efeito defendido por Julio César.

Numa jogada de ataque na seleção sueca, Richarlyson salvou na linha do gol, aos nove minutos do segundo tempo.

Robinho chega à área sueca logo em seguida, mas não há desenvolvimento da jogada. Neste momento, a torcida começou a berrar o nome do jogador Alexadre Pato.

Aos 12 min, Suécia faz as primeiras alterações. Na equipe brasileira, o técnico Dunga coloca Anderson, camisa 19, e Alexandre Pato, 21, passados 15 minutos, com uma salva de palmas e gritaria da torcida, saindo Luis Fabiano e Júlio Baptista. Minutos depois saiu Josué e entrou Hernanes.

Aos 20 minutos, Diego faz uma entrada rápida e com vontade na área, mas acaba no chão antes de chutar, já com pouco ângulo. Na seqüência, Hernanes chuta por cima do gol.

Dunga tira Diego para a colcocar o Tiago Neves.

Aos 25 minutos, Anderson driblou a zaga adversária e enfiou para Thiago, mas sem muita chance de fazer o gol.

Robinho leva a bola num zigue-zague, numa jogada o outro atacante, mas a bola termina nas mãos do goleiro sueco. Um fato curioso sobre a partida, sempre que o jogador Anderson tocou na bola, foi vaiado pela torcida. O motivo: a rivalidade dos times ingleses Manchester e Arsenal; estádio do Arsenal e Anderson é jogador do Manchester.

Finalmente, Alexandre Pato faz a torcida vibrar com o gol que veio do passe de Richarlyson. Um belo lance que o goleiro Rami Shaaban assume o erro. “Eu não escorreguei, eu tentei voltar pro lance, mas infelizmente o Alexandre Pato aproveitou bem a situação marcando o gol”, admitiu o sueco, depois do jogo.

Ainda nos último minutos a seleção sueca tentou pressionar para chegar ao empate. Num troca-troca sem fim, Dunga experimenta Rafinha no lugar de Daniel Alves.

Em resposta ao gol, Júlio Cezar teve que se contorcer para defender uma cabeçada do atacante camisa 10. Seguido por uma enfiada de calcanhar do camisa 10 sueco para o camisa 21, que perdeu a bola na lateral do gol brasileiro.

Passes recuados até Julio César começaram a aparecer aos 15 minutos finais. Mas a torcida queria mais jogo e ainda gritava para animar os jogadores.

Lúcio perdeu a bola numa jogada de ataque, com menos de dez minutos, para encerrar a partida. O que empolga os suecos a bater forte em Julio César, salvando antes do gol novamente.

Cruzamentos e inversões tomam conta do gramado. O Brasil bateu falta de fora da área, sem chegar perto do gol. Num contra-ataque rápido os suecos fizeram a torcida berrar novamente.

Menos de cinco minutos, Lúcio vai ao chão perto do gol sueco. O camisa 6, Kim Kallstrom, bateu escanteio, mas a bola foi afastada pelos brasileiros. O camisa 15, Niclas Alexanderson, tentou uma enfiada pela direita do gol brasileiro, mas sem muito efeito.

Mais um lateral pela esquerda, a favor da Suécia, defendido por Julio César.

A partida foi encerrada sob forte chuva – para os padrões climáticos londrino – e, talvez, tenha sido uma das razões da falta de gols de um jogo amistoso que festejou a copa de 1958 vencida por Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo e Bellini.

Mas estes formaram outra seleção, em outros tempos…

Emerson Fittipaldi fala sobre sua experiência no campeonato A1GP com exclusividade para o BN

No domingo 27 de abril, equipes, carros, pilotos e torcedores fecharam a rua Regent, em Picadilly, numa mega-exposição e promoção do A1 Grand Prix, que é o mais novo campeonato de corridas internacional. O destaque do evento foi o bicampeão mundial de Fórmula 1, campeão mundial de Fórmula Indy e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis, Emerson Fittipaldi. Nesta que é a terceira temporada do A1, estão participando 22 equipes.

Emerson Fittipaldi é o diretor da equipe do Brasil, que foi classificada em sexto e décimo oitavo lugar, respectivamente, nas temporadas passadas. Na última etapa da temporada de 2008, que acontece neste fim de semana, em Brands Hatch, Inglaterra, o piloto Xandinho Negrão defenderá o Brasil novamente.

Fittipaldi conversou exclusivamente com o Brazilian News explicando um pouco mais sobre esse campeonato e as chances da equipe brasileira.

Brazilian News: Como está sendo essa experiência no campeonato A1GP?

Emerson Fittipaldi: Eu acho o conceito da A1 fantástico, pois cada país tem a sua equipe, como numa Copa do Mundo de Futebol. Antes o Nelsinho Piquet que era o meu piloto e agora ele está na Formula 1, e essa relação com os brasileiros é muito legal, buscar os novos talentos no Brasil e vê-los desenvolver, vindo das categorias inferiores até chegar nos grandes campeonatos mundiais.

BN: O Brasil sempre revelou grandes pilotos, você, Nelson Piquet, Ayrton Senna. Quem será o próximo?

Fittipaldi: Eu digo que há lacunas de tempos em tempos. O que aconteceu no Brasil após a morte do Ayrton Senna. Agora temos o Felipe Massa que está indo muito bem, o Rubens Barrichello, o próprio Nelson Piquet Junior está se destacando também. É sempre difícil continuar com um representante no topo o tempo todo. O que eu acho que tem que ter é uma continuação, incentivo para garotos começarem cedo a pilotar kart. Hoje, por exemplo, eu tenho dois netos correndo com kart em Palm Beach, nos Estados Unidos. Um de seis anos de idade e um de 12. E esses meninos que estão hoje no kart, categoria que temos muitas corridas e campeonatos por todo o Brasil, são nosso futuro.

BN: Qual o principal diferencial do A1GP?

Os carros são exatamente iguais, nós não podemos modificar os carros, apenas ajustar os carros. A preparação da equipe também deve ser bem precisa de acordo com cada pista e sua especificidade. Os pilotos devem ser do país da equipe, o que é muito legal, pois dá oportunidade para países como China, África do Sul, Malásia, Indonésia, que não tem muita tradição mostrar seus talentos. Eles podem competir com mesmo nível e potencial técnico, pois na Formula 1 não tem espaço para todo mundo.

BN: Qual a sua expectativa para esta corrida, numa pista que é bastante familiar pra você?

Fittipaldi: É uma pista fantástica que vai dar muito trabalho pra todas as equipes. Uma pista bastante tradicional aqui na Inglaterra, com muitas curvas, subidas e decidas que exige bastante dos pilotos. O que garante uma grande corrida. Creio que será uma corrida incrível. Parece que a Suíça pode levar o campeonato, mas a Nova Zelândia também está no páreo e vai ficar em cima. A Inglaterra também não está descartada. Será uma grande corrida de qualquer maneira. Espero que o Brasil se saia bem também. Para este campeonato não temos mais chances, mas já estamos preparando para ficarmos numa posição melhor na próxima temporada.

BN: Qual a expectativa para a equipe do Brasil?

Fittipaldi: Não tem sido fácil para nós. Tivemos muitos altos e baixos e não conseguimos atingir alguns pontos que pretendíamos. Agora estamos de olho na próxima temporada, com os novos carros da Ferrari, buscando novos talentos pra colocar o Brasil na posição que lhe é merecida.

BN: Qual sua opinião sobre a atual temporada da Formula1?

Fittipaldi: Eu acho que tudo depende do desempenho da Ferrari e da McLaren. A Ferrari está dominando ultimamente, mas a McLaren sempre teve muita força e pode voltar com um carro mais rápido a qualquer momento.


A1 Grand Prix
O A1 Grand Prix é um campeonato de corridas internacional que acontece desde 2005, durante o recesso do Campeonato Mundial de Fórmula 1, da Fia. Para assegurar que se realiza um verdadeiro “Campeonato do Mundo”, a A1 Grand Prix distribuiu 23 licenças (franchise) para serem vendidas nos respectivos países ou territórios; sete outras licenças estão disponíveis para países que queiram participar. Sendo assim as equipes são divididas por países.
Cada Grande Prêmio A1 é realizado em um período de três dias. O primeiro dia envolve a sessão de treino livre, onde as equipes se familiarizam com a pista. No segundo dia ocorre outra sessão de treino livre e uma sessão de treino classificatório. No terceiro e último dia são realizadas duas corridas. A primeira, mais curta, tem duração entre 15 e 20 minutos. A corrida principal acontece depois, à tarde, e dura entre 40 e 60 minutos.
É um campeonato monomarca. Todos os carros usam um chassis construído pela Lola com motor de 3.4 L de capacidade e V8 cilindros, construídos pela Zytek. O chassi pesa aproximadamente 600 quilos. O motor tem uma potência de cerca de 390 kW (520 kW). Todos os carros terão pneus Cooper Avon.

Especial Silverstone: Rubens Barrichello vibra com terceira colocação no GP da Inglaterra

No dia anterior a corrida, após ficar em 16ª posição no “grid” de largada, Rubens Barrichello escutou, por telefone, o pedido do filho Eduardo “Papai, eu sei que vai ser difícil, mas eu vou rezar para chover e daí você terá a possibilidade de subir ao pódio”. Provavelmente Eduardo Barrichello, 7 anos de idade, fez esta solicitação sem ou menos verificar as previsões climáticas na Inglaterra, que, para variar, prometia chuva durante todo o final de semana. Na sexta-feira, 4, e no sábado, 5, apesar de chuvas esparsas, a pista se manteve seca. Porém no domingo – para a alegria de Eduardo –, Silverstone amanheceu coberto de nuvens carregadas.

E foi debaixo de muita chuva que o brasileiro Bruno Senna, sobrinho do tricampeão da F-1 Ayrton, conquistou sua segunda vitória do campeonato GP2, que precedeu a principal atração do dia. Além de Bruno, há outros quatro brasileiros correndo nesta categoria – que é uma espécie de pré-Fórmula1 – dentre eles Lucas Di Grassi, que ficou em segundo, marcando a primeira dobradinha da história da GP2. Com a vitória, Bruno Senna está com 11 pontos a menos que o atual líder da categoria, o italiano Giorgio Pântano, que tem 50. Di Grassi é o quarto, com 24 pontos. Os outros pilotos brasileiros Carlos Iaconelli, Alberto Valério e Diego Nunes não têm nenhum ponto na competição.

Foi emocionante ouvir o hino nacional ecoar por Silverstone e ver duas bandeiras verde-amarelas sendo içadas ao pódio, mas o grande espetáculo do domingo, 6, ainda estava por vir com a Fórmula1.

Com a largada marcada para às 13 horas (hora local), a chuva parecia aumentar a cada minuto, estragando todo o glamour que o show de abertura traz ao público. Banda, show aéreo, esquadrinha da fumaça, modelos das escuderias e voltas de aquecimento. A torcida era maciçamente do inglês Lewis Hamilton, grande promessa do campeonato desde sua estréia, apesar dos problemas e da falação em cima dele. Algumas bandeiras polonesas também despontavam nas arquibancadas, todas para prestigiar Robert Kubica, mais novo ídolo polaco.

Os pilotos brasileiros não estavam em boas posições: Nelsinho Piquet em 7º, pela equipe Renault, Felipe Massa 9º, pela Ferrari, e Rubens Barrichello 16º, pela Honda. Logo na largada, com uma excelente arrancada, Hamilton conquistou duas posições, colando atrás de Heikki Kovalainen, que segurou a “pole” por apenas cinco voltas. O inglês queria mesmo se redimir e, nada melhor que fazer isso em casa.

O outro inglês David Colthard, que anunciara sua aposentadoria ao final da temporada, não teve a oportunidade de se despedir do circuito de Silverstone, pois deixou a corrida ainda na primeira volta, levando consigo o alemão Sebastian Vettel.

A primeira das seis vezes que Felipe Massa perdeu o controle do carro ocorreu também na primeira volta, fato que o colocou em último lugar – mesma posição que terminou a corrida. “Havia muita aquaplanagem e não consegui manter a estabilidade. Errei muito, e é difícil falar”, admitiu o brasileiro, tentando explicar seu mau desempenho no GP da Inglaterra. Até a etapa anterior, Massa era o primeiro colocado no mundial e, com os últimos resultados, divide a liderança com o companheiro de equipe Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton, os três com 48 pontos. “Agora, temos que olhar para a frente, ainda há metade do campeonato a ser disputado e já vimos que basta uma corrida para mudar o panorama completamente.”, completou.

Enquanto Massa brigava para manter o carro na pista, a equipe Renault, com Nelsinho Piquet e Fernando Alonso prometia uma boa corrida. Porém, na volta número 24, Piquet que estava na quarta posição, à frente do companheiro Alonso, escorregou na pista encharcada, atolando na caixa de brita. “Estou extremamente decepcionado com o que aconteceu. O carro estava bom, nossa tática foi perfeita e estávamos próximos de um bom resultado. Mas quando choveu muito forte, a pista ficou muito escorregadia. Perdia o controle em todos os setores, inclusive nas retas, e era impossível mantê-lo”, explicou Nelsinho, que marcou seus primeiros pontos na prova passada, na França.

O mesmo motivo que tirou Piquet, Vettel e Coulthard da prova, fez com que outros quatro pilotos – Adrian Sutil, Giancarlo Fisichella, Jenson Button e Robert Kubica – também abandonassem a corrida: perda do controle do carro pelas condições da pista.

Apesar da frustração de alguns, outros estavam a poucas voltas de completar grandes conquistas.

Pela primeira vez, Rubens Barrichello subiu ao pódio pela equipe Honda, quebrando um jejum de mais de três anos sem celebrações regadas a champanhe. “Nunca perdi a esperança e a fé em mim, e esse resultado é uma prova disso. Parece que a chuva sempre aparece a meu favor. De fato, foi uma corrida perfeita”, afirmou minutos após a consagração.

E, este resultado, não poderia vir em melhor hora. “Não tenho contrato com ninguém, mas quero continuar na Fórmula1. Só vou parar o dia em que achar que estou mais lento que na corrida de Kyalami, em 1993 (sua estréia na competição).” Falou ainda sobre o futuro incerto, depois de 16 anos de Fórmula 1. “Quero ficar na Honda, sei que eles estão conversando com outros pilotos, mas me sinto mais rápido que no passado e nunca me dediquei tanto”, desabafou.

Dividindo os holofotes com o campeão Hamilton, Barrichello conquistou grande interesse dos jornalistas com o êxito de uma prova brilhante. “Foi realmente mágico, parece que sempre chove a meu favor”, comentou.

E, para finalizar, completou emocionado: “Eu gostaria de dedicar essa vitória a meu filho mais velho, Eduardo”.